O homem multiplicado
Nuno Mota
Através desta instalação, Nuno propõe um ensaio de autoidentificação enquanto escutamos histórias sobre um personagem da Estação de Comboios de Campanhã. Quem seria ele? A premissa busca experimentar a especulação coletiva e a criação de imaginários partilhados que convergem nesta ficção de possibilidades interpretativas, em uma alusão à curiosidade das ruas em torno de seus vizinhos. O artista confia na proposição sinestésica ao combinar os enxertos sonoros com o vislumbre sobre si mesmo nestes espelhos. A multiplicidade que deriva desses estímulos nos permite elaborar uma perspectiva sobre o outro, o desconhecido, e ao mesmo tempo encararmos a nossa própria imagem, em uma experiência voyeurista. Esse rápido mergulho destitui a atenção do espaço de transitoriedade constante, inerente de uma estação de comboios, enquanto a efemeridade do momento subverte a própria noção de ser/estar.
Largo da Estação, Campanhã
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