Tempo, Desejo e Ilusão. Essas são as três perspectivas que conduzem o olhar sobre a Campanhã de Boris. Através destes três eixos temáticos, o autor propõe um jogo com as distrações do cotidiano representado pelo encontro com garrafas mensageiras, cuja imprevisibilidade do destino garantem diferentes possibilidades para entender o espaço. Ao se apropriar de uma linguagem característica do processo colonial, o autor ressignifica a ideia de cartografar e “descobrir” um lugar, e reafirma a noção de que estes espaços são preexistentes a nós e suas histórias se afirmam diante de diferentes olhares. Seu processo incluiu a deriva em busca de elementos que traduzam a transformação do tempo, a pulsão e a intimidade do desejo, e a subversão de expectativas elaboradas a partir de ilusões. São nessas garrafas que seus imaginários ganham forma e produzem uma ficção do que há de real em Campanhã, vislumbres materializados em suportes sensoriais distintos – fotografia, carta, aromas ou objetos vasculhados durante a investigação.