Diariamente, Campanhã acorda e percebe mudanças no edificado da rua. Novos avisos de obra e alvarás surgem na esquina e gruas se movimentam ao longo da paisagem, sinalizando uma cidade em transformação sob a égide de novos empreendimentos imobiliários. Por outro lado, as urgências habitacionais persistem. Andrews trabalha com essas tensões inerentes de uma região fragmentada por intervenções urbanas e traz a sua crítica através de possibilidades habitacionais surrealistas para o uso de espaços à espera da especulação imobiliária. A aplicação de materiais tradicionalmente atrelados aos projetos construtivos e alvarás propositalmente confundem o expectador/cidadão para que este ofereça mais alguns segundos de atenção sobre a obra. Por outro lado, a justaposição hiperbólica de elementos arquitetônicos alude a projetos ambíguos e às contradições de uma cidade em busca de modernidade.